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A CÉU ABERTO


“As árvores morrem de pé”, era o nome de uma peça que nunca vi (não era do meu tempo) mas que a minha mãe, boa contadora de histórias, fez questão de me falar. Sempre pensei que a razão, além da força e da resiliência, seria para que nunca percam o céu de vista. Foi exatamente isto que me ocorreu assim que atravessei os portões de entrada do Ecorkhotel, depois de ter seguido por um carreiro de terra batida, à saída da Estrada Nacional. Às portas de Évora está este lugar que cumpre a lei do Alentejo no que à calma e à contemplação diz respeito. Sobreiros como manda a tradição, uma piscina sem fim, uma planície alentejana de perder de vista. Eis-nos chegados a um museu alentejano a céu aberto.





Já há muito tempo que o queria visitar, e não pensei duas vezes até reservar a viagem. Afinal, precisava de uma pausa da cidade mas não demasiado longe para não ter complicações na semana seguinte. A cerca de uma hora de Lisboa, encontra-se o primeiro hotel do mundo a usar a cortiça como revestimento exterior do edifício principal; quase fundido pelos sobreiros, azinheiras e oliveiras centenários, dizem que o ponto de partida foi a geometria e a eficiência energética.











Na decoração desta unidade hoteleira de 4 estrelas superior, o branco impera com apontamentos creme e acastanhados nas suites (pequenas casas independentes) com aproximadamente 70m2, extremamente confortáveis e com vista para um pátio onde, mais uma vez, o tecto celeste é rei! É assim mesmo, por onde quer que se vá, o ponto de fuga é sempre o céu, desde as linhas rectas e direitas dos edifícios abertos, às paredes de vidro mais simples. Apesar da chuva, não resisti a espreitar a piscina situada no terraço que também  aponta, sem limites, para o horizonte.














Embora esteja a pouco mais de cinco minutos de carro do centro de Évora, optámos por um passeio de bicicleta (que o hotel amavelmente empresta aos seus hóspedes). Subidas à parte, é um trajecto que devagar se faz mesmo bem. Pelo meio, há espaço para um cumprimento aos outros habitantes do hotel. O senhor burro espreita com ar altivo e mal tento interagir com ele, vira-me as costas. Resta a cabra maltesa, mas com essa é melhor não ter ideias… Pensando melhor, nada como as ovelhas (simpáticas!) esfomeadas que estão perto da horta com ingredientes biológicos, usados pelo afamado restaurante O Cardo.






No lobby do hotel, estão vários troncos colocados junto à lareira que concedem a esta entrada um lado ainda mais rústico e alentejano. Aqui sentimo-nos em casa e são raros os hotéis de charme onde podemos ficar uma semana sem nos sentirmos “estranhos”. Aqui o estilo é outro: Pode-se ficar, na certeza de que na estadia não entra nem o stress nem o barulho. 

E quando em Évora...


Uma paragem pelo Café Estrela D’Ouro para recuperar energias impõe-se, bem como uma visita à Praça do Giraldo e ao Templo Romano de Diana. Recomendo uma passagem pela loja “Gente da Minha Terra”que tem peças de artesanato maravilhosas. Já relativamente ao jantar, há sempre os clássicos Café Alentejo ou Fialho, mas caso não consigam reservar (é muito provável), há uma opção menos conhecida, mas também mais amiga da carteira, e não menos prazerosa que se chama Adega do Alentejano. Vale a pena porem as dietas de lado e sucumbirem às migas ou à sopa de cação, não esquecendo os doces regionais, claro!




Não faltam pontos de visita obrigatórios mas o meu conselho é que passeiem pelas ruas estreitas, ladeadas pelo casario riscado de tons fortes e orientado pela calçada tosca. Com calma, muita calma e o céu sempre como norte.


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